Quénia: bispos apelam à participação eleitoral

Quénia: bispos apelam à participação eleitoral

04/08/2022

William Ruto (no centro), vice-presidente do Quénia e candidato presidencial da Coligação Quénia Kwanza, fala aos media durante uma conferência de imprensa na sua residência oficial em Karen, Nairobi, Quénia, 4 de Agosto de 2022. Ruto acusou o governo de distribuir folhetos de ódio para incitar as comunidades que vivem na região de Rift Valley a porem-se umas contra as outras antes das eleições gerais que se realizarão no próximo dia 9 de Agosto (Foto: © Lusa)

Nas vésperas das eleições presidenciais e parlamentares verifica-se nos quenianos uma certa apatia, especialmente por parte dos jovens, desiludidos com as promessas feitas em campanhas eleitorais anteriores. Contudo, as preocupações sobre a violência pós-eleitoral permanecem como no passado. Na violência pós-eleitoral de 2007-2008, mais de 1100 pessoas foram mortas, principalmente em confrontos entre Kikuyu e Kalenjin.

A Igreja Católica tem apelado à responsabilidade cidadã em relação às eleições e ao futuro do país. Uma preocupação lembrada pelo arcebispo Antony Muheria de Nyeri:

«Jovens, este é o vosso futuro! Vão e votem», exorta o prelado num dos vídeos divulgados pela Conferência Episcopal Católica do Quénia (KCCB).

D. Muheria aconselha, na sua mensagem, os jovens a «preservar a paz» porque «a paz é um dom de Deus». O arcebispo Nyeri adverte que não há que deixar-se cair em «maquinações políticas» e na sedução do tribalismo e o incitamento ao ódio. «Não sejam um instrumento de violência. Demasiadas vezes os jovens têm sido instrumentalizados para incitar à violência. Por conseguinte, devem rejeitar qualquer forma de corrupção ou manipulação em relação à violência», diz o bispo Muheria.

Ao escolher em quem votar, D. Muheria sublinha: «Não olhes para a filiação tribal». Finalmente, diz o arcebispo de Nyeri, «as eleições não são uma questão de vida ou morte, são sobre a construção quotidiana da nossa nação. Com o nosso voto, damos aos vencedores a oportunidade de governar o país durante um certo período de tempo. Aqueles que perderem as eleições terão outra oportunidade de liderar o país nas próximas eleições».

O Núncio Apostólico em Nairobi, D. Hubertus van Megen apelou também aos quenianos para que demonstrem que são capazes de respeitar o sistema democrático e aceitar o líder democraticamente eleito, qualquer que seja a sua tribo ou região.

Quatro candidatos concorrem à presidência; os favoritos são o actual vice-presidente, William Ruto, e Raila Odinga, antigo líder da oposição.

 

(Com informação da Agência Fides)