Caos no Sri Lanka

Caos no Sri Lanka

23/07/2022

Um manifestante segura uma bandeira do Sri Lanka perto do secretariado do Presidente depois de soldados do Exército do país terem expulsado à força os manifestantes das instalações, em Colombo, Sri Lanka, no dia 22 de Julho de 2022. (Foto: © Lusa)

Há muito tempo que o Sri Lanka sofre de uma profunda crise nacional, que no período recente conduziu a um verdadeiro colapso económico: a inflação está em 54% (a dos produtos alimentares ultrapassou os 57%). De acordo com um relatório recente do Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas, cerca de 3 em cada 10 famílias (que corresponde a 6,26 milhões de pessoas) estão em situação de insegurança alimentar.

Há mais de três meses que os manifestantes protestam em frente aos edifícios governamentais, montando tendas e formaram um acampamento. Desde o dia 9 de Julho os edifícios onde funcionam os serviços da Presidência do país tinham sido ocupados.

Na origem dos protestos está a falta de recursos devido à crise económica, tais como medicamentos, gás, combustível e alimentos básicos. O protesto já tinha começado sob o anterior governo liderado por Gotabaya Rajapaksa, mas parece que o novo Presidente, Ranil Wickremesinghe, nomeado pelo Parlamento no passado 20 de Julho, está a tomar medidas igualmente drásticas, pois decretou o estado de emergência e ordenou às Forças Armadas para se «prepararem para manter a ordem pública».

Assim, durante a noite do passado dia 22 de Julho, as forças de segurança desmantelaram de forma violenta um acampamento de protesto, detendo, segundo dados oficiais, a nove pessoas. Posteriormente, centenas de pessoas voltaram a protestar em Colombo, a capital do país contra essa acção conjunta da polícia e do exército do país.

A Igreja católica do país posicionou-se, desde o início da crise, como um mediador de paz e apoia, dentro das suas possibilidades, os mais pobres e necessitados do país.