Nigéria: massacre em Pentecostes

Nigéria: massacre em Pentecostes

07/06/2022

O interior da igreja católica de São Francisco Xavier em Owo, sudoeste da Nigéria, depois do atque (Foto: © Lusa)

No passado dia 5 de Junho, um ataque com armas e explosivos contra a igreja católica de São Francisco Xavier em Owo, sudoeste da Nigéria. Morreram pelos menos 21 pessoas (fontes médicas e locais tinham falado, inicialmente, de 50 vítimas) e dezenas ficaram feridas, algumas das quais se encontram em estado grave.

Segundo os relatos que chegaram do país africano, homens armados invadiram o templo disparando contra a assembleia, que estava a celebrar a solenidade de Pentecostes.

Francisco fez chegar um telegrama ao bispo de Ondo, D. Jude Ayodeji Arogundade,

através do secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, mostrando-se «profundamente entristecido» com o que qualifica como «ataque horrendo» e violência «indescritível».

O Papa Francisco assegura a sua «proximidade espiritual» a todos os que foram atingidos, encomendando os mortos à «misericórdia de Deus» e rezando pela «cura e consolação divina sobre os feridos e os que vivem o luto».

Francisco deixa orações por «todos os que estão cegos pelo ódio e a violência, para que escolhem o caminho da paz e da rectidão».

O episcopado nigeriano «condena com a maior firmeza o derramamento de sangue inocente na Casa de Deus».

«Os criminosos responsáveis ​​por um acto tão sacrílego e bárbaro demonstram a sua falta de sentido do sagrado e do temor de Deus», acrescentam os bispos.

A Conferência Episcopal da Nigéria fala num «momento sombrio e difícil» para o país, deixando condolências às famílias das vítimas e rezando para que Deus «dê descanso eterno aos mortos, uma rápida recuperação aos feridos e consolação às famílias enlutadas pela perda dos seus entes queridos».

A Nigéria, a nação mais populosa de África (205 milhões de habitantes), sofre de insurreição islamista no Nordeste, especialmente a ameaça jihadista que assola esta região do país desde 2009, causada pelo grupo Boko Haram. Na região norte, os raptos económicos tornaram-se generalizados nos últimos anos. Isto é agravado pelo contrabando de petróleo no extremo sul da Nigéria.

Segundo as autoridades, o massacre de Owo não se enquadra em nenhuma destas categorias. O sudoeste da Nigéria é habitado principalmente pelo grupo étnico iorubá, que inclui muçulmanos e cristãos e as duas comunidades religiosas coabitam pacificamente.