O Papa Francisco e o Grande Imã de al-Azhar, Ahmed Muhammad al-Tayyib, no Vaticanoo no pasado dia 4 de Outubro de 2021 (Foto: VaticanNews)

Hoje, dia 4 de Fevereiro, celebra-se o Dia Internacional da Fraternidade Humana que foi convocado pela ONU e evoca a data de assinatura do documento sobre a Fraternidade Humana, a 4 de Fevereiro de 2019, pelo Papa Francisco e o grande imã de Al-Azhar, em Abu Dhabi.

Numa mensagem em vídeo, divulgada pelo Vaticano, o papa adverte que «ou somos irmãos ou tudo se desmorona, vemos isso nas pequenas guerras, nesta terceira guerra mundial aos bocados, como os povos são destruídos, como as crianças não têm o que comer, como a educação cai… É a destruição».

O Santo Padre sublinha que, nestes anos, cresceu a consciência da necessidade de «construir a fraternidade como barreira contra o ódio, a violência e a injustiça».

«A fraternidade é um dos valores fundamentais e universais que devem ser a base das relações entre os povos, para que aqueles que sofrem ou são desfavorecidos não se sintam excluídos e esquecidos, mas acolhidos, apoiados como parte da única família humana. Nós somos irmãos», aponta.

Afirmando que «todos nós vivemos sob o mesmo céu e, em nome de Deus, nós, que somos suas criaturas, devemos reconhecer-nos como irmãos e irmãs», o papa sustenta que «todos, partilhando sentimentos de fraternidade uns pelos outros, devemos promover uma cultura de paz, que encoraje o desenvolvimento sustentável, a tolerância, a inclusão, a compreensão mútua e a solidariedade».

Lembrando as lições da pandemia, o papa refere que «ninguém se pode salvar sozinho», sublinhando o papel das religiões na construção da paz e da solidariedade.

O papa fala em «sinais ameaçadores, tempos sombrios e lógica do conflito», convidando os crentes a responder com «o sinal da fraternidade», acolhendo o outro e respeitando a sua identidade.

A data é comemorada também na Expo Dubai, com algumas iniciativas que têm como tema “Debaixo do mesmo céu". O pavilhão da Santa Sé acolhe uma conferência, seguida de uma marcha pela fraternidade, com a presença de vários colaboradores do Papa, incluindo o cardeal Miguel Ángel Ayuso Guixot, missionário comboniano e presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso e actual presidente do Alto Comité para a Fraternidade Humana. 

A iniciativa conta ainda com uma mensagem do presidente dos EUA, Joe Biden. Numa carta diz que é necessário uma cooperação global e diálogo aberto para promover tolerância, inclusão e compreensão porque os desafios de hoje não podem ser enfrentados sozinhos.