Missão na Etiópia

Missão na Etiópia

12/11/2021

O padre José Vieira, missionário comboniano, regressou à Etiópia, país onde já esteve em missão. Desde lá, escreve:
"Cheguei a Qillenso - a minha casa - há 4 dias.
Fiquei surpreendido pela autoestrada que vai ligar Adis Abeba a Hawassa (mais de metade está pronta) e de ver como Hawassa cresceu. Os cerca de 180 km entre Hawassa e Qillenso estão todos alcatroados.
A missão de Qillenso tem luz elétrica (de vez em quando vai abaixo) e cobertura (fraca) da rede móvel. Para aceder à internet só a 35 km em Kebre Menghist - que os gujis chamam de Adola.
A escola primária foi promovida do primeiro para o segundo ciclo. Já tem mais de 120 estudantes inscritos na quinta à oitava classe.
Faço comunidade com o P. Hippolyto, um jovem comboniano do Togo. A comunidade das irmãs foi desativada. Fazem falta sobretudo na saúde e na promoção da mulher.
No domingo concelebrei em Qillenso. As pessoas vestem muito melhor e parecem mais saudável. O coro foi acompanhado por um organista.
No fim abençoamos meia dúzia de jovens que vão fazer o exame de admissão à universidade. A maioria eram meninas.
Há 21 anos a carreira académica das raparigas terminava com a quarta classe. Tive uma grande alegria quando uma me veio cumprimentar e disse que depois de terminar a universidade foi trabalhar para Neguele, uma cidade nos confins com a Somália.
Adola é outra novidade: antes era onde íamos ao correio e comprar gasóleo. Agora os combonianos construíram uma igreja grande, uma biblioteca de apoio aos estudantes do secundário e um hostel para uma dúzia de alunos e alunas. Aliás, a missão cresceu à volta de Adola com novas capelas.
Por enquanto estou a adaptar-me aos 2300 metros de altitude da missão e a reaprender a língua guji para depois me poder envolver integralmente na pastoral."