Quénia: educação e desenvolvimento

Quénia: educação e desenvolvimento

07/10/2021

Um provérbio africano diz que «é precisa uma aldeia inteira para educar uma criança». O ditado expressa bem a insistência da responsabilização colectiva no processo de aprendizagem das crianças e, ao mesmo tempo, mostra que existe consciência de que a educação é fundamental para o desenvolvimento das sociedades.

A mesma ideia foi expressa pelo bispo Maurice Muhatia Makumba da Diocese de Nakuru, dirigindo-se aos participantes na Conferência Internacional Anual de Escritores: «A educação é uma componente insubstituível no desenvolvimento de uma sociedade e, em grande medida, deve definir a missão da Igreja na formação da pessoa para a realização do bem-estar do indivíduo e da sociedade em geral». O bispo falava a um grupo de académicos africanos que se reuniu recentemente no Campus de Gaba da Universidade Católica da África Oriental (CUEA), localizada na diocese de Eldoret, no Quénia, para discutir o tema do cristianismo e o bem-estar das crianças africanas.

O bispo, que é também presidente do conselho da CUEA, afirmou «que uma boa educação deve ter sempre em conta o aspecto cultural. «A educação das crianças africanas deve ser inspirada por uma cultura dinâmica que conduza a um sistema educativo responsável. O encontro entre a cultura africana e outras culturas deixou um rasto de pseudo-culturas que tornam difícil saber o que é verdadeiramente africano», comentou D. Muhatia, referindo-se à perda de línguas e tradições em várias culturas africanas. «A África não deve aceitar sistemas educativos que obviamente levaram outras sociedades ao fracasso. Precisamos de valores africanos concretos para podermos intervir na educação das crianças de hoje. As culturas influenciam-se mutuamente para o melhor e para o pior, daí a necessidade de promover a integração dos valores tradicionais africanos no sistema educativo», sublinhou o bispo em declarações citadas pela Agência Fides.

Entre os participantes esteve Jordan Nyenyembe, chefe da revista AFER, publicação da Associação das Conferências Episcopais da África Oriental (Amecea), que destacou a escolha do tema da reunião deste ano para «promover a missão pastoral e evangelizadora da Igreja através da promoção do bem-estar das crianças africanas». Nicholas Segeja, um sacerdote diocesano da arquidiocese de Mwanza (Tanzânia), referiu: «É apropriado manter o foco no tempo presente, especialmente neste longo período em que estamos marcados pela experiência da covid-19 e em que tantos enfrentaram crises familiares que causaram sofrimento a muitas crianças».

(Com informação da Agência Fides)