Haiti: compromisso dos camilianos

Haiti: compromisso dos camilianos

26/08/2021

As autoridades estimam em 600 mil o número de pessoas que precisam de ajuda humanitária urgente no Haiti (Foto: Lusa)

No Haiti os missionários Camilianos estão a realizar um programa de assistência material e espiritual às populações mais pobres, que sofrem as consequências do violento terremoto de magnitude 7,2 que atingiu a ilha caribenha no passado 14 de Agosto.

O sismo causou cerca de 2200 mortos e mais de 12 mil feridos. Além disso, destruiu 52 923 casas e danificou outras 77 006, além de numerosas outras edificações, estradas e infra-estruturas. As Nações Unidas estimam em 800 mil o número de pessoas afectadas.

«No Sul do país há muitos danos, aqui a população já estava a viver na miséria. Agora com o evento catastrófico deste terremoto, a situação muito precária da população torna-se ainda mais alarmante. Há perda de vidas e sérios estragos a prédios e infra-estruturas», conta o director do Hospital São Camilo em Porto Príncipe, padre Robert Daudir. «Mais uma vez, diante da enésima emergência, devemos acompanhar as famílias, respondendo às suas necessidades», sublinha o missionário.

«A nossa equipe médica encontra-se mobilizada e está pronta para continuar a receber cada vez mais pessoas na nossa estrutura e oferecer-lhes os cuidados necessários. Desejando resiliência à população haitiana, enchemo-nos de coragem e usamos a nossa inteligência para viver estes tempos difíceis, cultivando a solidariedade para cuidar dos pacientes com dignidade e amor, de acordo com os ensinamentos de Jesus», refere o religioso camiliano numa entrevista à agência missionária Fides.

Os religiosos Camilianos presentes no Haiti, tanto em Porto Príncipe como em Jérémie, têm um compromisso permanente com os necessitados, prestando de imediato os primeiros auxílios às vítimas e apoiando-as na saúde, alimentação e cuidados primários. Em Jérémie, diz o missionário no seu relato, «terminaram quase todos os alimentos, medicamentos e material médico para socorrer as pessoas em carácter de urgência. As estradas estão bloqueadas por deslizamentos de terra e é impossível chegar a muitas aldeias há falta de água potável, diesel e electricidade».

«Na semana passada, um grupo de voluntários partiu do hospital São Camilo em Porto Príncipe – prossegue o missionário - com vários veículos para levar alimentos, remédios, roupas e muito mais para as vítimas do terremoto. Também continuamos a receber os doentes, feridos e traumatizados das zonas sísmicas. As salas de operação estão trabalhando em pleno ritmo.»

Apesar destas dificuldades, o compromisso apostólico dos Camilianos continua através de intervenções de assistência: «Quando a emergência terminar - ressalta Padre Robert -, nos envolveremos na construção de casas para as pessoas deslocadas».

A Organização das Nações Unidas (ONU) fez no dia 25 de Agosto um apelo para recolher 187,3 milhões de dólares (159,2 milhões de euros) destinados a ajudar mais de 800 mil pessoas afectadas pelo terramoto.

As autoridades estimam em 600 mil o número de pessoas que precisam de ajuda humanitária urgente.

Em comunicado, o coordenador residente e da ajuda humanitária da ONU, Bruno Lemarquis, afirmou que «o Haiti e o seu povo necessitam, mais do que nunca, da solidariedade de todo o mundo, ao enfrentar múltiplas crises ao mesmo tempo».