Rua na cidade de Bamenda, localizada na província de Noroeste dos Camarões (Foto: Ambo64)

Os bispos da Conferência Episcopal Regional de Bamenda (BAPEC) apelam a todas as facções armadas «a fim de que parem a violência com efeito imediato e trabalhem para uma resolução pacífica do conflito».

«O nosso povo já sofreu bastante e está cansado de viver na incerteza e no medo», ressaltam os prelados, que elogiam os sacerdotes que permaneceram ao lado «do povo confiado aos seus cuidados pastorais, fizeram e continuam fazendo sacrifícios heróicos neste tempo de crise», afirmam os bispos em uma declaração publicada no passado 22 de Agosto, na qual renovam seu apelo em favor do fim do conflito de longa data nas regiões anglófonas da República de Camarões, no oeste da África.

«Deploramos a violência, a insegurança, os sequestros, as torturas e os assassinatos sem sentido, às vezes de pessoas inocentes e crianças», afirmam com veemência os prelados na declaração citada pela agência Fides.

Os membros do BAPEC apelam a todas as facções armadas a que «parem a violência com efeito imediato e trabalhem para uma resolução pacífica do conflito».

O conflito nas regiões anglófonas do sudoeste e noroeste da República de Camarões já tem mais de quatro anos, e intensificou-se desde que a independência foi simbolicamente declarada pelos separatistas em 1º de Outubro de 2017 para as duas áreas, que foram agrupadas na República da Ambazónia.

Os separatistas escolheram a data de 1º de Outubro em memória da independência da região de língua inglesa em relação ao Reino Unido em 1961. O território francófono tinha-se tornado independente da França em 1960. Um referendo estabeleceu então a criação de um único Estado bilingue.

No entanto, os habitantes das regiões de língua inglesa reclamam que são discriminados em relação aos francófonos no âmbito jurídico e educacional. O conflito já custou mais de 3500 vidas e forçou mais de 700 mil pessoas a fugir de suas casas.