Sussurrar o Evangelho ao coração da Mongólia

Sussurrar o Evangelho ao coração da Mongólia

11/08/2021

A Igreja da Mongólia é jovem, pequena e periférica. Dom Giorgio Marengo, prefeito apostólico de Ulan Bator, cuida pastoralmente de 1300 fiéis, uma pequena parcela numa população de três milhões e meio de pessoas.

O bispo explica, em declarações a Fides, o sentido da sua experiência missionária no país asiático e sobre a obra de evangelização da Igreja local. “Acredito que ser bispo na Mongólia seja muito parecido com o ministério episcopal da Igreja primitiva. Somos como os apóstolos, que nos primeiros tempos do cristianismo testemunhavam a Cristo ressuscitado em condições de absoluta minoria em comparação com os lugares e culturas onde foram. Para mim, esta é uma grande responsabilidade que me aproxima do verdadeiro sentido da missão".

D. Giorgio Marengo, consagrado bispo em agosto do ano passado, chegou à Mongólia com seus irmãos, os Missionários da Consolata, em 2003 para acompanhar e assistir pastoralmente a pequena comunidade de Arvaiheer, na região de Uvurkhangai. Desenvolve a sua actividade mediante iniciativas relacionadas com as necessidades e problemas do lugar, nomeadamente, actividades pós-escolares para crianças, chuveiros públicos, um projeto de artesanatos para mulheres, a creche e um grupo para a recuperação de pessoas com problemas de alcoolismo.

"É um trabalho complexo e às vezes difícil, mas não desencoraja estes verdadeiros 'Pastores com cheiro de ovelhas', os missionários que vivem e testemunham o Evangelho aqui", relata D. Marengo.

Actualmente, continua o bispo, “há oito paróquias e cerca de sessenta missionários e missionárias de diferentes nacionalidades e congregações que se reúnem regularmente para examinar problemas em conjunto, coordenar actividades e planejar novas iniciativas. Em 2022 celebraremos 30 anos da renovada presença da Igreja Católica neste grande país asiático”.

E o missionário refere que “é necessário continuar um trabalho de acompanhamento e formação para ajudar os fiéis a crescer na fé. A missão começa antes de tudo a partir de uma escuta profunda do Senhor que nos envia, do Espírito que nos habita e nos molda, e das pessoas para as quais somos enviados”.

Os missionários são homens e mulheres de profunda espiritualidade, que encontram da comunhão com Cristo a grande sabedoria usada para entrar em empatia com a comunidade. Nesse sentido, afirma o bispo, “é importante, por exemplo, estudar a língua ou aperfeiçoar as ferramentas que nos permitem estabelecer uma relação com o povo, tentando entender o que para eles são os pontos de referência, a história, as raízes culturais e religiosas”.

“Há uma expressão”, diz Dom Marengo, “que eu acho que resume bem a natureza de nosso compromisso missionário que ouvi de Dom Thomas Menamparampil, arcebispo emérito de Guwahati, na Índia: sussurrar o Evangelho ao coração da Ásia. Gosto de aplicar esta imagem à Mongólia: a proclamação da Palavra do Evangelho, com um sussurro, é um trabalho constante de evangelização que requer - conclui - um relacionamento profundo com as pessoas; e, em virtude desta autêntica relação de amizade, podemos compartilhar o que é mais precioso para nós: a fé em nosso Senhor Jesus Cristo”.