Residentes no local da explosão na paróquia católica de Butembo-Beni, na região leste da República Democrática do Congo (Foto: Lusa)

A explosão deste domingo (27 de Junho), na paróquia católica de Butembo-Beni, na região leste da República Democrática do Congo, poderia ter causado um verdadeiro massacre. Segundo indica o portal Vatican News, duas mulheres ficaram gravemente feridas com a explosão, que destruiu alguns bancos e móveis da igreja; o número de vítimas teria sido muito maior se a bomba tivesse rebentado durante a celebração.

O Vaticano alerta que a Diocese de Butembo-Benisi vem sendo atacada há algum tempo pelas chamadas Forças Democráticas Aliadas, um grupo de rebeldes próximos do autoproclamado ‘Estado Islâmico’.

"Não passa um dia sem que as pessoas sejam mortas", já afirmavam os bispos da República Democrática do Congo no mês passado.

Em abril do ano passado, o Comitê Permanente da Conferência Episcopal do país, a Cenco, emitiu uma mensagem exortando por fim à violência. "Parem de matar os seus irmãos!”, imploravam os prelados, dirigindo-se a todas as partes envolvidas: "O sangue deles grita da terra". Ao mesmo tempo, a Cenco fazia um apelo que fossem desenvolvidos nas zonas de conflito "espaços de diálogo" baseados na "promoção de valores de cidadania", junto com o desenvolvimento de "uma parceria bilateral e multilateral com parceiros internacionais".

Entre 2013 e 2020, os ataques causaram mais de 6 mil mortes em Beni, onde há 3 milhões de deslocados e 7500 pessoas sequestradas.