Plano do FMI para acabar a pandemia

Plano do FMI para acabar a pandemia

22/05/2021

Funeral de vítimas da covid-19 na Malásia (Foto: Lusa)

O FMI propõe um plano para pôr fim à pandemia com um financiamento estimado em 50.000 milhões de dólares (cerca de 41.000 milhões de euros) e um objetivo de vacinação de 40% da população mundial este ano.

"A nossa proposta estabelece objetivos, avalia as necessidades de financiamento e define ações pragmáticas", disse Kristalina Georgieva, diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), na cimeira mundial de Saúde do G20, em Roma.

O plano visa ter, pelo menos, 60% da população mundial vacinada até ao final de 2022 para permitir uma recuperação económica global duradoura.

Os autores do relatório salientam que é agora aceite que não haverá um "fim duradouro" da crise económica sem um fim da crise sanitária.

É, portanto, do interesse de todos os países pôr definitivamente termo a esta crise.

"Há já algum tempo que alertamos para uma perigosa divergência nas situações económicas", comentou o chefe da instituição.

"Isto só irá piorar à medida que o fosso entre países ricos, que têm acesso a vacinas, e países pobres, que não o têm, aumentar", disse Georgieva.

No final de abril, menos de 2% da população africana tinha sido vacinada, enquanto mais de 40% da população nos Estados Unidos e mais de 20% na Europa tinha recebido pelo menos uma dose de vacina contra a covid-19, disse o FMI.

A pandemia, que está a atingir duramente a Índia em particular, poderia fazer descarrilar a recuperação global.

Para colocar o mundo novamente no caminho do crescimento, o FMI está, portanto, a fazer uma série de propostas, a primeira das quais é a de preencher as lacunas de vacinas que muitos países em desenvolvimento estão a enfrentar.

O objetivo é ajudar a "colocar a pandemia sob controlo significativo em todo o lado para benefício de todos", disse Georgieva.

Para cumprir os objetivos de vacinação da população mundial, o FMI faz uma série de propostas tendo como primeiro objetivo colmatar as lacunas em matéria de vacinação com as quais numerosos países em desenvolvimento se confrontam.

O Covax foi criado para tentar evitar que os países ricos açambarcassem o essencial das doses valiosas. Mas, até agora, tem-se revelado ineficaz.

A proposta do FMI custaria cerca de 50.000 milhões de dólares numa combinação de subsídios (pelo menos 35.000 milhões de dólares), recursos governamentais internos e outros financiamentos, disse o FMI. (Lusa / MC / MSF)