Gastos militares aumentam

Gastos militares aumentam

05/05/2021

 Os gastos militares aumentaram globalmente em tempos da covid-19. Um aumento de 2,6 % em termos reais em relação a 2019. Desde 1988, nunca tinham sido destinados tantos recursos para gastos militares.

Segundo os dados divulgados, esta semana, pelo SIPRI – Instituto Internacional de Pesquisas sobre a Paz, de Estocolmo – quase 2 triliões de dólares foram empregados ​​em gastos militares, um aumento de 2,6 % em termos reais em relação a 2019. Excluindo os recém-nascidos e as pessoas muito idosas, é como se cada cidadão no mundo tivesse investido 250 dólares em armas, no ano passado, apesar da pandemia. Um ano em que as actividades sociais e o mundo do trabalho diminuíram e até pararam, sem precedentes desde o fim da Guerra Mundial. Os cinco países que mais gastaram em 2020, que juntos responderam a 62% dos gastos militares globais, foram os Estados Unidos, China, Índia, Rússia e Reino Unido. Os gastos militares da China cresceram pelo 26º ano consecutivo.

O aumento de 2,6% nos gastos militares mundiais ocorreu em um ano em que o produto interno bruto (PIB) global encolheu 4,4% (projecção de Outubro de 2020 do Fundo Monetário Internacional), em grande parte devido aos impactos económicos da covid-19.

O Papa Francisco tem feitos diferentes apelos contra a fabricação e o tráfico de armas, considerando que esse capital devia ser utilizado para curar as pessoas e salvar vidas. Na sua Mensagem “Urbi et Orbi”, no passado dia 4 de Abril, o Santo Padre definiu o investimento em armas «escandaloso» e pediu um maior esforço na distribuição de vacinas:

«A pandemia está ainda em pleno desenvolvimento; a crise social e económica é muito pesada, especialmente para os mais pobres; apesar disso – e é escandaloso –, não cessam os conflitos armados e reforçam-se os arsenais militares. Isto é o escândalo de hoje. […] Cristo ressuscitado é esperança para quantos ainda sofrem devido à pandemia, para os doentes e para quem perdeu um ente querido. Que o Senhor lhes dê conforto, e apoie médicos e enfermeiros nas suas fadigas! Todos, sobretudo as pessoas mais frágeis, precisam de assistência e têm direito a usufruir dos cuidados necessários. Isto é ainda mais evidente neste tempo em que todos somos chamados a combater a pandemia, e um instrumento essencial nesta luta são as vacinas. Por isso, no espírito dum “internacionalismo das vacinas”, exorto toda a comunidade internacional a um empenho compartilhado para superar os atrasos na distribuição delas e facilitar a sua partilha, especialmente com os países mais pobres».