Myanmar: cesse a violência

Myanmar: cesse a violência

17/03/2021

A irmã Ann Nu Thawng, da Congregação de São Francisco Xavier, implorou de joelhos às forças de segurança para que não atirassem nos jovens manifestantes que protestavam pacificamente nas ruas da cidade de Myitkyina, capital do Estado de Kachin, norte de Myanmar

O Papa Francisco fez, ao final da Audiência Geral desta quarta-feira, 17 de Março, um dramático apelo pelo fim da violência em Myanmar. E a exemplo dos religiosos ajoelhados suplicando policias birmaneses para evitar a violência. «Também eu me ajoelho nas estradas de Myanmar e digo: cesse a violência. Também eu estendo os meus braços e digo: que o diálogo prevaleça», disse o Santo Padre, no final da audiência geral, transmitida desde a biblioteca do Palácio Apostólico.

«Sinto a urgência de evocar a dramática situação em Myanmar, onde tantas pessoas, sobretudo jovens, estão a perder a vida, para oferecer esperança ao seu país», afirmou o pontífice. «O sangue não resolve nada. Que o diálogo prevaleça», insistiu.

As Nações Unidas informaram que na terça-feira, 16 de Março, pelo menos 149 pessoas foram mortas pelas forças de segurança da junta militar que levou a cabo um golpe de Estado em Myanmar no passado dia 1 de Fevereiro, destituindo Aung Sang Suu Kyi, vencedora das eleições de Novembro de 2020, por alegadas irregularidades durante o processo eleitoral.

O Vaticano tem destacado um conjunto de intervenções de sacerdotes e religiosas que se colocam entre manifestantes e forças policiais, tentando evitar mais derramamento de sangue.

O primeiro apelo do papa pelo diálogo em Myanmar foi no Ângelus de 7 de Fevereiro, dias depois do golpe militar.