Cuidar da Casa Comum na África

Cuidar da Casa Comum na África

07/12/2020

Estamos a viver o Ano Especial para assinalar o quinto aniversário da encíclica ecológica e social de Francisco, a Laudato Si', lançado em 24 de Maio passado. Assim, na África, o compromisso da Igreja com a defesa da Casa Comum não se detém. Segundo a Associação das Conferências Episcopais da África Oriental (Amecea), um grupo de sacerdotes ugandenses lançou uma nova campanha de conscientização para mobilizar os cidadãos, as comunidades e as instituições em relação às alterações climáticas, com o apoio da Conferência Episcopal e em colaboração com as organizações ambientalistas locais.

A iniciativa foi do padre Benedict Ayodi, OfmCap, sacerdote franciscano do Quénia, coordenador da seção africana do Movimento Católico Global pelo Clima (Gccm). A campanha centra-se em quatro áreas temáticas: a promoção da mensagem lançada pelo Papa na Laudato Si’, a integração da defesa ambiental na vida de fé, a redução da dependência de combustíveis fósseis e a promoção de fontes de energia renováveis.

Segundo o Pe. Ayodi, em declarações à Vatican News, o objectivo é conscientizar as pessoas sobre os problemas ambientais na África, especialmente na parte Oriental. A África é um dos continentes mais expostos aos efeitos das mudanças climáticas e da poluição. Entre os perigos que ameaçam a sobrevivência dos povos africanos, o Movimento Global pelo Clima aponta o aumento do nível das águas do Lago Vitória, que afectou vários assentamentos em Uganda e países vizinhos, a invasão de gafanhotos que também envolveu a África Oriental este ano, a crescente imprevisibilidade das estações chuvosas causando cada vez mais fome, a iminente realização do Oleoduto da África Oriental (EACOP), o grande oleoduto que ligará Hoima, em Uganda, a Tanga, na Tanzânia, e obrigará o deslocamento maciço da população.

Nos últimos meses, o Movimento Católico Global pelo Clima África realizou várias iniciativas climáticas como a plantação de novas árvores, campanhas para educar as crianças a respeitar o meio ambiente, trabalhos de conscientização nas comunidades locais, promoção de fontes alternativas de energia e seminários.

Este Ano Especial Laudato Si´ concluirá em 2021, mas tem como objectivo propor um compromisso público comum com a “sustentabilidade total” a ser alcançada em 7 anos. Estão envolvidas as famílias, dioceses, ordens religiosas, universidades, escolas, unidades de saúde e o mundo dos negócios, com especial atenção às empresas agrícolas.