Transformar a economia

Transformar a economia

21/11/2020

O Papa Francisco apelou numa mensagem em vídeo que marcou o encerramento do evento online ‘A Economia de Francisco’, à criação de uma “narrativa económica diferente”, com a ajuda das novas gerações.

“Vocês sabem que uma narrativa económica diferente é urgentemente necessária, uma narrativa económica diferente, é urgente reconhecer com responsabilidade o facto de o sistema mundial atual ser insustentável, de diferentes pontos de vista”, disse o pontífice aos mais de 2 mil participantes, de 120 países, incluindo Portugal.

Os empresários, empreendedores, economistas e estudantes, com menos de 35 anos, foram desafiados a criar um sistema que respeite a terra, “tão maltratada e despojada”, e ao mesmo tempo “os mais pobres e mais os excluídos”.

“Não é um ponto de chegada, mas o pontapé inicial de um processo que somos chamados a viver como vocação, como cultura e como pacto”, referiu o Santo Padre.

O evento estava inicialmente marcado para Março, na cidade italiana de Assis, e foi adiado por causa da pandemia, gerando um movimento mundial com várias atividades em Internet, nos últimos meses.

“Não estamos condenados a modelos económicos que centrem o seu interesse imediato no lucro, como unidade de medida, e na busca de políticas públicas semelhantes que ignorem os seus próprios custos humanos, sociais e ambientais”, sublinhou o papa

Francisco desafiou os jovens a serem uma presença concreta nas “cidades e universidades, no trabalho e nos sindicatos, nas empresas e nos movimentos, nos cargos públicos e privados, com inteligência, empenho e convicção”.

A intervenção defendeu uma “nova cultura”, que exige “mudanças nos estilos de vida, nos modelos de produção e consumo, nas estruturas consolidadas de poder que governam as sociedades hoje”.

"A crise social e económica, que muitos sofrem na própria carne e que está a hipotecar o presente e o futuro, com o abandono e a exclusão de tantas crianças e adolescentes e famílias inteiras, não nos permite privilegiar interesses setoriais em detrimento do bem comum”, referiu o papa.