Papa apela à paz no Nagorno-Karabakh

Papa apela à paz no Nagorno-Karabakh

02/11/2020

O Papa Francisco continua a apelar em favor da paz na região do Cáucaso, onde o conflito no Nagorno-Karabakh voltou a agudizar-se (Foto: Lusa)

O Papa Francisco fez, novamente, um chamamento pelo fim da violência no Nagorno-Karabakh, alertando para a situação que atinge populações da Arménia e Azerbaijão.

Depois da oração mariana do Ângelus, o pontífice fez um veemente apelo em favor da paz na região do Cáucaso, alertando para o «trágico aumento das vítimas, destruição de habitações, estruturas e locais de culto». Um conflito que atinge cada vez mais as populações civis, apesar dos acordos de cessar-fogo entre as duas partes, sucessivamente violados.

O Santo Padre deixou um apelo para que os responsáveis das duas partes «intervenham o mais depressa possível para travar o derramamento de sangue inocente», renunciando à violência e promovendo «uma negociação sincera», com a ajuda da comunidade internacional.

Perante centenas de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, Francisco manifestou a sua proximidade a todos os que sofrem e rezou pela intercessão dos santos, para uma «paz estável na região».

O conflito no enclave começou no final da década de 1980, nos tempos da antiga União Soviética, quando o território azerbaijano de Nagorno-Karabakh, ocupado principalmente por arménios, solicitou a sua incorporação na vizinha Arménia. Iniciou, assim, uma guerra que causou cerca de 30 mil mortes. No final do conflito, que durou até 1994, as forças arménias assumiram o controlo de Nagorno-Karabakh e ocuparam vastos territórios do Azerbaijão, a que chamam «faixa de segurança». Desde o fim do conflito o território, reivindicado pelos dois países, é palco de episódios esporádicos de violência. 

Apesar de se situar em território azerbaijano, o Nagorno-Karabakh tem uma população maioritariamente arménia e cristã – no Azerbaijão, a maioria é muçulmana.

O Azerbaijão afirma que a solução para o conflito passa pela libertação dos territórios ocupados; por seu lado, a Arménia apoia o direito à autodeterminação de Nagorno-Karabakh e defende a participação de representantes do território separatista nas negociações para a resolução do conflito.