Pelo menos oito crianças morreram e 12 ficaram feridas por golpes de facões e tiros executados por um grupo armado não identificados, mas presumivelmente pertencentes a grupos separatistas da região anglófona, num ataque ao Instituto Elementar Madre Francisca da cidade de Kumba, na região inglesa do sudoeste dos Camarões.
O axto criminoso aconteceu no passado 24 de Outubro e a notícia foi divulgada pelo Departamento das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) no país. No diaseguinte, dezenas de manifestantes, a maioria mulheres, manifestram-se contra a violência e para dizer «não aos assassinatos».
O bispo de Kumba, D. Agapitus Nfon, fez um apelo ao Governo e à Comunidade Internacional para que tomem medidas para pôr fim às numerosas matanças de civis no noroeste e sudoeste do país por causa do conflito armado sangrento entre os separatistas anglófonos do Norte e o Governo de Iuandé.
O Papa Francisco também recordou esta tragédia no final da Audiência Geral de 28 de Outubro, expressando que se une «à dor das famílias dos jovens estudantes barbaramente assassinados» e dizendo que está «perplexo diante desse acto tão cruel e sem sentido, que ceifou a vida desses pequeninos inocentes enquanto eles estavam tendo aulas na escola». O Santo Padre pede a Deus que «ilumine os corações, para que gestos semelhantes nunca mais se repitam e para que as martirizadas regiões no Noroeste e Sudoeste do país possam finalmente encontrar a paz! Espero que as armas se calem e que a segurança de todos, o direito de cada jovem à educação e ao futuro possam ser garantidos».
O Conselho Mundial de Igrejas (CMI), que agrupa cerca de 350 igrejas cristãs não católicas de todo o mundo, manifestou, igualmente, que «está horrorizado com a notícia do ataque brutal contra as crianças» e «une-se às Igrejas e a todas as pessoas de boa vontade na República de Camarões e no mundo inteiro na condenação deste acto abominável».
Os confrontos nas regiões ocidentais de Camarões acontecem desde 2017. O conflito, num país de maioria francófona, entre separatistas de língua inglesa em dois distritos ocidentais e as forças de segurança do Governo já ceifou mais de 3 mil vidas e forçou pelo menos 70 mil pessoas a fugir de casa.