Deslocados: Forçados, como Jesus, a fugir

Deslocados: Forçados, como Jesus, a fugir

27/09/2020

A Igreja Católica assinala hoje, 27 de Setembro, o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, com apelos do Papa Francisco para que a humanidade aprenda as lições da pandemia para apoiar quem foge da sua terra.

O Santo Padre, desde Maio, quando divulgou a mensagem intitulada "Forçados, como Jesus Cristo, a fugir", encorajou para um período de conscientização e sensibilização para o fenómeno dos deslocados internos. O papa escreve no documento: “Decidi dedicar esta mensagem ao drama dos deslocados dentro da nação, um drama – muitas vezes invisível – que a crise mundial causada pela pandemia da covid-19 exacerbou. De facto, esta crise, devido à sua veemência, gravidade e extensão geográfica, redimensionou tantas outras emergências humanitárias que afligem milhões de pessoas, relegando para um plano secundário, nas Agendas políticas nacionais, iniciativas e ajudas internacionais, essenciais e urgentes para salvar vidas. Mas, «este não é tempo para o esquecimento. A crise que estamos a enfrentar não nos faça esquecer muitas outras emergências que acarretam sofrimentos a tantas pessoas»".



Este domingo, no Vaticano, após a recitação do ângelus, o papa saudou os migrantes e refugiados presentes na Praça de São Pedro, que se reuniram em volta do monumento que Francisco inaugurou em 2019, uma escultura que retrata migrantes de todos os tempos.
O Pontífice saudou as comunidades empenhadas no cuidado pastoral e deslocados presentes e próximos à escultura "Angels Unwares", um monumento especial que na Praça de São Pedro procura recordar a todos o desafio evangélico da acolhida. “Saúdo os refugiados e migrantes presentes na praça ao redor do monumento intitulado 'Anjos sem saber' (cf. Heb 13:2), que eu abençoei um ano atrás. Este ano quis dedicar minha mensagem aos deslocados internos, que são forçados a fugir, como aconteceu também com Jesus e a sua família. 'Como Jesus, forçados a fugir', o mesmo acontece com os deslocados, os migrantes. A eles, de maneira especial, e àqueles que os assistem, vai a nossa recordação e a nossa oração”, disse o papa.
A escultura, criada pelo artista canadense Timothy Schmalz, é feita em bronze e argila e, segundo o próprio papa quando abençoou a obra um ano atrás, "retrata um grupo de migrantes de várias culturas e diferentes períodos históricos".