Ásia, continente mais exposto às alterações climáticas

Ásia, continente mais exposto às alterações climáticas

15/09/2020

Na Ásia, nas próximas décadas, poderão sentir-se com mais intensidade as consequências das alterações climáticas, nomeadamente, ondas de calor letais, chuvas extremas, ameaça ao abastecimento hídrico, secas prolongadas, furacões mais potentes. Assim o prevê o relatório Climate risk and response in Asia (“Risco climático e resposta na Ásia"), que o McKinsey Global Institute – instituto internacional de pesquisa económica – se prepara para publicar até o final do ano,

O relatório – de que foi divulgada uma síntese e enviado à Agência Fides – faz eco dos alertas da comunidade científica e recorda a advertência contida na Laudato Si’, a encíclica do Papa Francisco que promove "uma nova cultura e uma nova governança global", ressaltando que a deterioração do meio ambiente anda de mãos dadas com a deterioração da sociedade e atinge de maneira especial os mais fracos do planeta.

O documento prevê que a temperatura média na Ásia aumentará em mais de dois graus até 2050 em relação aos níveis pré-industriais, com aumentos significativos em algumas partes da China, Austrália e subcontinente indiano.

Tais efeitos, que começarão a ser sentidos na próxima década, serão caracterizados por "ondas de calor letais", situação de poucos dias durante os quais a temperatura média diária máxima ultrapassará o limiar de sobrevivência para um "ser humano saudável em repouso à sombra”.

Por outro lado – adverte o relatório –, também aumentarão as chuvas extremas, em um volume três ou quatro vezes superior até 2050 em algumas áreas, incluindo o leste do Japão, o centro e o leste da China, partes da Coreia do Sul e Indonésia.

Também os furacões, segundo os especialistas, poderão aumentar a sua potência média, fazendo crescer portanto a frequência de eventos graves, que podem triplicar até 2040 em algumas partes da Ásia, incluindo as zonas costeiras da China, Coreia do Sul e Japão.