Conversão ecológica

Conversão ecológica

07/09/2020

O Papa Francisco recebeu a um grupo de 15 personalidades francesas, católicos e não crentes empenhadas na causa ambientalista, que viajaram de Paris a Roma em autocarro. Falando de improviso,  o pontífice contou que, enquanto arcebispo de Buenos Aires, participou em 2007 na assembleia do episcopado latino-americano (foi um dos redactores do documento final). E na comissão de redacção havia muitas propostas sobre a Amazónia: «Eu dizia: "Mas estes brasileiros, como cansam com esta Amazônia! O que a Amazônia tem a ver com a evangelização?". Esse era eu, em 2006. Então, em 2015, eu publiquei a Laudato Si’. Eu tive um caminho de conversão, para entender o problema ecológico. Antes eu não entendia nada», assinalou o papa. E acrescentou, «desde o não entender nada em Aparecida, em 2006, até a Encíclica, eu gosto testemunhar isso. Precisamos trabalhar para que todos tenham esse caminho de conversão».

Depois, no discurso preparado para a ocasião e entregue aos presentes, Francisco lembrou a motivação do encontro, no Vaticano, que acontece depois das reflexões que a Conferência Episcopal da França promoveu sobre a Laudato Si’.

Os leigos, que participaram da audiência, são especialistas no tema ecológico e colaboram com os bispos do país – o que deixou o papa satisfeito pela sensibilização à urgente e inquietante degradação da Casa Comum, sobretudo diante da crise sanitária provada pela covid-19.

No encontro, o papa acrescentou que a Igreja Católica «pretende participar plenamente do compromisso pela proteção da Casa Comum. Ela não tem soluções prontas para propor e não ignora as dificuldades das questões técnicas, económicas e políticas em jogo, nem de todos os esforços que esse compromisso implica. Mas a Igreja quer agir concretamente onde isso é possível e, sobretudo, quer formar consciências a fim de promover uma profunda e duradoura conversão ecológica, que sozinha é capaz de responder aos importantes desafios que devemos enfrentar». E ainda que as condições no planeta «possam parecer catastróficas e, em certas situações, até mesmo irreversíveis», os cristãos não devem perder a esperança.

Francisco disse ainda ao grupo de franceses que «as convicções de fé oferecem aos cristãos grande motivação para proteger a natureza» e os irmãos mais frágeis. «Estou certo de que a ciência e a fé», acrescentou o papa citando a Laudato Si’, «podem desenvolver um diálogo intenso e frutífero» para mitigar as graves consequências, «não somente ambientais, mas também sociais e humanas» ao maltratar o meio ambiente.

(Com informação de VaticanNews)