Respeitar os recursos do planeta

Respeitar os recursos do planeta

01/09/2020

Neste 1 de Setembro, muitas igrejas cristãs assinalam o Dia Mundial de Oração pela Criação, uma ideia inicial do Patriarca Bartolomeu, de Constantinopla, a que o Papa Francisco aderiu em 2015, depois de ter publicado a encíclica Laudato Si’, sobre o cuidado da Casa Comum.

Com esta celebração inicia-se o Tempo da Criação, um mês para sensibilizar para o cuidado do planeta, com a oração e a acção. O Tempo da Criação deste ano, cujo tema sugerido é: “Jubileu pela Terra: Novos Ritmos, Nova Esperança”, é um tempo para considerar a relação integral entre o descanso para a Terra e a maneira ecológica, económica, social e política de se viver.

A propósito do início deste dia de oração e cuidado da criação, Francisco diz, no vídeo de Setembro da Rede Mundial de Oração do Papa, que "temos que nos convencer de que desacelerar um determinado ritmo de produção e consumo pode conduzir a outro modo de progresso e desenvolvimento". E sublinha o pontífice que é impossível manter o nível actual de consumo nos países mais desenvolvidos à custa da exploração dos recursos naturais do restante do planeta. “Estamos a espremer os bens do planeta. Espremendo-os, como se fossem uma laranja. Países e empresas do Norte enriqueceram explorando dons naturais do Sul, gerando uma ‘dívida ecológica’”, afirma Francisco.

E o papa questiona: “Quem pagará essa dívida? Além disso, a ‘dívida ecológica’ é ampliada quando multinacionais fazem fora dos seus países o que não lhes é permitido fazerem nos seus. É ultrajante.” E acrescenta, fazendo um apelo aos cristãos: “Hoje, não amanhã, hoje, temos de cuidar da Criação com responsabilidade. Rezemos para que os recursos do planeta não sejam saqueados, mas partilhados de forma justa e respeitosa. Não ao saque, sim à partilha.”

Em Portugal, a Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana (CEPSMH) emitiu uma nota a propósito do Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, na qual considera esta iniciativa como “uma oportunidade extraordinária”. “Porque extraordinários são os meses que temos vivido desde Março, marcados pela incerteza e pelo medo, às vezes pela angústia, pela aflição e pela dor de tantos”, sublinha.

No texto a CEPSMH assinala que este é “um tempo marcado também pelo cuidado com os mais frágeis”. E cita o Papa Francisco, na audiência de 19 de Agosto: “Por um lado, é essencial encontrar uma cura para um pequeno mas terrível vírus que põe o mundo inteiro de joelhos. Por outro, temos de nos curar de um grande vírus: o da injustiça social, da desigualdade de oportunidades, da marginalização e da falta de proteção dos mais vulneráveis.”

Veja o vídeo do papa: