Aumenta a extrema pobreza na América Latina e Caribe

Aumenta a extrema pobreza na América Latina e Caribe

28/07/2020

Devido à crise provocada pela pandemia da covid-19, a população em condições de extrema pobreza na América Latina e no Caribe poderia chegar a 83,4 milhões de pessoas em 2020, um aumento de 16 milhões de pessoas em relação ao ano anterior. Em consequência, poderá verificar-se um aumento significativo nos níveis de fome, pois essas pessoas enfrentarão dificuldades no acesso aos alimentos, assinalam a Comissão Económica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

As duas organizações apresentaram um relatório conjunto intitulado: Como evitar que a crise da COVID-19 se transforme em uma crise alimentar: Ações urgentes contra a fome na América Latina e no Caribe , em que propõem ações urgentes para enfrentar o aumento da fome causado pela pandemia nos países da região.

Segundo o relatório, após sete anos de crescimento lento, a América Latina e o Caribe poderão ter a maior queda do PIB regional em um século (-5,3%). O que terá um grande impacto no aumento da pobreza extrema e no número de pessoas em situação de grave insegurança alimentar, considerando que em 2016-2018 já havia 53,7 milhões de pessoas a passar fome na América Latina.

As duas organizações sublinham que os efeitos da crise já são visíveis nos sistemas alimentares: a vulnerabilidade dos trabalhadores aumentou e os preços locais dos alimentos estão subindo mais do que os preços de outros produtos da cesta básica, de acordo com os índices de preços ao consumidor. Devido ao aumento do desemprego e da queda da renda, milhões de pessoas não estão a conseguir adquirir alimentos suficientes e muitas outras estão a optar por alimentos mais baratos e de menor qualidade nutricional.