Assinalam-se hoje os 26 anos do genocídio de Ruanda

Assinalam-se hoje os 26 anos do genocídio de Ruanda

15/07/2020

Em 1994, entre 500 mil e um milhão de pessoas foram assassinadas no Ruanda. O genocídio do Ruanda foi um massacre de indivíduos dos grupos étnicos tutsi, twa e de hutus moderados que ocorreu entre 7 de abril e 15 de julho daquele ano.

Na noite de 6 de abril de 1994, um avião que transportava os então presidentes do Ruanda, Juvenal Habyarimana, e do Burundi, Cyprien Ntaryamira, ambos hutus, foi derrubado. Extremistas hutus culparam os tutsis e com milícias apoiadas pelo governo, comandaram o genocídio.

Cerca de 85% dos ruandeses são hutus, mas a minoria tutsi dominou por muito tempo o país.

O genocídio só terminou quando a Frente Patriótica Ruandesa (formada pelos tutsis) derrotou o governo e se instalou definitivamente no poder. Até aos dias atuais, o massacre deixa um profundo legado no Ruanda. O país continua a enfrentar problemas étnicos e religiosos, ao mesmo tempo que sofre com dificuldades económicas e corrupção, gerando extrema pobreza entre a população.

Desde que chegou ao poder, pouco depois da chacina a que ajudou a pôr fim, o presidente Paul Kagame, um dos líderes mais repressivos do continente africano, impôs um plano rigoroso de reunificação e unidade nacional.

Obcecado com a imagem externa, o presidente ruandês fez do país um exemplo de proteção ambiental. Baniu os sacos de plástico há mais de uma década e, no ano passado, proibiu a venda e uso de todos os plásticos de utilização única. Kigali, a capital, é a cidade mais limpa de África e uma das mais limpas do mundo.

Os eventos históricos do genocídio serão apresentados no programa de televisão Grande Reportagem SIC: “Ruanda: perdoar não é esquecer”, para ver, em dois episódios, esta quarta e quinta-feira.