RD Congo celebrou 60 anos de independência

RD Congo celebrou 60 anos de independência

01/07/2020

A República Democrática do Congo (RDC) celebrou 60 anos de independência no dia 30 de junho. Pela primeira vez na história, o rei da Bélgica expressou o seu mais profundo pesar pelas feridas infligidas durante o período colonial no Congo.

“Quero expressar o meu mais profundo pesar por estas feridas do passado, cuja dor é revivida hoje pela discriminação ainda presente nasnossas sociedades”, escreveu o rei Philippe na carta enviada ao presidente da RDC, Felix Tshisekedi, por ocasião do 60º aniversário da independência do país.

Sem citar nomes, o atual monarca evoca a época do rei Leopoldo II, cuja gestão do Congo belga é considerada brutal.

Na época do Estado Livre do Congo (a partir de 1885, quando o território africano era propriedade do ex-rei Leopoldo II) foram cometidos atos de violência e crueldade que ainda pesam sobre a nossa memória coletiva”, afirma Philippe, no trono desde 2013.

O rei também reconhece que neste território, sob controlo da Bélgica entre 1908 a 1960, aconteceram “sofrimentos e humilhações”.

Leopoldo II reinou entre 1865 e 1909. Em 1908 cedeu o território do Congo belga à Bélgica, que o colonizou de forma brutal e racista, com separação estrita entre africanos e brancos até 1960.

O Congo belga conquistou a independência em 30 de junho de 1960 e passou a ser chamado República Democrática do Congo.

A 27 de Outubro de 1971, Mobutu Sese Seko criou a República do Zaire, que em 1997 se transformou em República Democrática do Congo, sob o regime de Laurent-Désiré Kabila, seguido pelo seu filho Joseph Kabila proclamado chefe de Estado a 26 de Janeiro de 2001 após a morte do pai e obrigado a renunciar a um terceiro mandato em agosto de 2018. A 10 de Janeiro de 2019, Félix Tshisekedi foi proclamado chefe de Estado, encarnando a primeira alternância pacífica na RDC, mas que não se consegue libertar da tutela de Joseph Kabila, cujo partido é maioritário no parlamento.

A violência e opressão continuam, tal como os conflitos sobretudo no leste da RDC, que provocaram milhares de mortos e milhões de refugiados.